Visita ao Vigilante Rodoviário - Águas da Prata

26-02-2005 10:49

Considerando a borrasca torrencial que caiu na sexta-feira, pensávamos que viajaríamos para Águas da Prata (SP) sob forte chuva, e com muito frio. Mas, felizmente, não foi isso que aconteceu, muito pelo contrário. No sábado, dia 26 de fevereiro, às 7:30 hs o pessoal começou a chegar no 1º posto da Rodovia dos Bandeirantes, nosso ponto de encontro para essa jornada, e por volta das 8:30 hs lá estavam Tony, Popeye, Fábio, Aníbal, Blonder, Cleber, eu e a Fatiminha.

A moto do Blonder deve ter ficado emocionada, ou surtou de vez, pois apresentou problemas de foro íntimo que o impossibilitaram de sair junto com o grupo. Assim, ele aguardou o socorro da seguradora (gente fina, ele), e o grupo partiu para o tão esperado encontro com o Comandante Carlos Miranda, o Vigilante Rodoviário.

Em Campinas (SP) fizemos um pit stop técnico e mijatório, onde se juntou ao grupo o casal Tupi & Lúcia. Daí o grupo seguiu completo, ou quase, pois lá tivemos a notícia de que o Blonder seguiria direto de pick-up como nave de apoio. Isso que é ser um motociclista porreta !

Chegando a Águas da Prata fomos direto para o Hotel Pousada Casarão com o fim de nos instalarmos, e fomos muito bem recebidos pelos proprietários. Trata-se de um hotelzinho simples mas muito ajeitadinho, não tem lá muitas frescuras e o preço é condizente com o serviço e as instalações.

Daí o José Freire e sua mãe Dona Lúcia foram nos pegar no hotel para nos conduzir até a casa da Dona Elza, tia dele, e onde aconteceria o churrasco para recebermos o eterno Vigilante Rodoviário. Aqui cabe uma explicação: o José Freire é amigo do Tony, e por ocasião de nossa viagem (do Tony e minha) pelo Mercosul no final do ano passado, o Freire acessou por algumas vezes o meu site www.dolcepazzia.tk para saber das notícias nossas, e viu na página principal a foto do Comandante Carlos tirada na época em que o seriado “O Vigilante Rodoviário” era líder de audiência, pois foi a maneira que eu tinha encontrado para homenagear este herói brasileiro. Por isso o Freire armou a logística desse encontro.

Chegamos à casa da Dona Elza e logo pusemos as mãos na massa, pois precisávamos armar toda a arena churrasquística, e todos colaboraram da melhor maneira. Enquanto uns acendiam a churrasqueira, outros traziam mesas, cadeiras, pratos, talheres e outros bichos. Alguns foram comprar as bebidas e o gelo. Rapidamente tudo estava nos conformes, com direito a caipirinha e outros babilaques, e assim que começou de fato o rega-bofes, chegou o Blonder na nave de apoio.

Na casa da Dona Elza havia muitos petiscos para acalmar os estômagos vorazes e furiosos enquanto o churrasco não ficava pronto (esse pessoal é boca nervosa), e no meio dessa fartura toda chegou o Comandante Carlos Miranda, o eterno Vigilante Rodoviário. Chegou de mansinho, conversando muito sorridente, contando histórias várias, e logo conquistou a todos com sua simpatia, atenção e simplicidade. Com churrasco farto e brejas e refrigerantes para molhar a palavra, as conversas e história foram longe ... houve até quem desse uma cochiladazinha. Não é mesmo, Tupi ?

No meio da tarde o Vigilante Rodoviário se retirou e logo após voltou pilotando seu famoso Simca Chambord original do seriado da TV, e de quebra trouxe várias fotos e posters da época do seriado e de campanhas publicitárias e institucionais, com destaque para a propaganda do lançamento do fusca no Brasil, nos idos anos 60’. Recebemos isso como uma homenagem do Comandante ao nosso grupo, o que nos deixou muito honrados e emocionados.

Um pouco mais tarde parte do grupo resolveu fazer uma expedição até uma cachoeira pra refrescar as idéias, mas a gente já desconfiava que o real motivo era outro, o que será provado mais adiante. E lá se foram os cavaleiros da cachoeira (haja breja)!

E o festival gastronômico se prolongou até às tantas, com direito até a pudinzinho, jaca e o escambau. Partimos de volta para a pousada com a noite já inaugurada. Aproveitamos para um relaxante banho de piscina à “media luz”. E eu fui para a piscina com o shortinho de dormir da Fatiminha. Um luxo.

Bem mais tarde, enquanto a gente fazia uma boquinha noturna, chegaram os cavaleiros da cachoeira, todos num estado etílico lastimável, falando em letras de forma, chamando urubu de meu louro e fazendo discursos contra a cassação do Collor (era esse o tal real motivo). As motos vieram praticamente sozinhas, por instinto, por osmose ou por sei lá o que. E pra completar a noite, parte dos paus d’água ainda foram encerrar a jornada em Poços de Caldas. Voltaram quando os passarinhos já estavam cantando.

No domingo, dia 27, pela manhã, o Tony, o Tupi, a Lúcia, a Fatiminha e eu fomos fazer uma caminhada estético-filosófica-ecológica até a famigerada cachoeira (pra ver se corria ali água ou cachaça – daí seria uma cachachoeira), mas como não encontramos o acesso a ela na ida, caminhamos um montão, parecia até que estávamos chegando a Belo Horizonte. Voltamos serra abaixo e aí encontramos a tal cachoeira (de água mesmo), e valeu muito a pena, pois o local é mesmo deslumbrante e bem preservado. Enquanto isso o restante do grupo tomava café da manhã e aproveitava um bom banho de piscina na pousada.

Retornamos da cachoeira em tempo de visitar a feira de artesanato da Praça principal da cidade, onde também estava acontecendo uma exposição de carros antigos, cuja atração principal era, como não poderia deixar de ser, o Comandante Carlos Miranda vestido a caráter e a bordo do seu indefectível Simca Chambord oficial. Fenomenal ! Tiramos ali algumas fotos do Comandante a bordo de nossas motos e aproveitamos para nos despedirmos dessa figura ímpar que é o Vigilante Rodoviário, do José Freire, da mamãe Lúcia e da tia Elza. Gente da melhor qualidade.

Dali retornamos à pousada, e de lá fomos para a Fazenda Avestruz da Prata, de propriedade do Wey, e como o próprio nome diz (é óbvio), é uma fazenda voltada exclusivamente para a criação de avestruzes. Lá o Wey, gentilmente, nos deu uma maravilhosa aula sobre os estrutioniformes, desde a encubadora, passando pela maternidade, pelo berçário, até os bichos já adultos nos piquetes. Tudo muito instrutivo e interessante.

Quando estávamos retornando do pasto para pegarmos as motos, a Fatiminha resolveu desabar, e tomou um tombo feio, caiu feito a implosão do Carandiru. Na hora a coisa não pareceu tão feia, e ela até conseguiu suportar bem o retorno; mas na segunda-feira a moça da perna mole baixou enfermaria. Mas já está tudo bem.

No retorno da fazenda passamos pela casa do Wey, onde ele nos serviu uma “pequena” omelete, preparada com apenas um ovo de avestruz (ou seria avestruza ?). Deu uma forma refratária cheinha (e das grandes).

Daí voltamos à pousada para nos prepararmos para o vôo de retorno aos lares. Pegamos estrada um pouco mais tarde do que pretendíamos, e assim fomos almoçar por volta das 17:00 hs nos areedores de Campinas, e quando chegávamos ao restaurante indicado pelo Tupi e pela Lúcia, começou a chover. Fizemos um almoço ajantarado ou uma janta prematura, sei lá, mas comemos bem pra cacete. Fizemos nossas despedidas, vestimos nossas capas e pegamos novamente a estrada no rumo de casa já no meio da noite e da chuva. Com a falta de visibilidade nos dispersamos, mas chegamos todos bem, inteiros e felizes.

Foi mesmo uma jornada fenomenal. Considerando que a culpa desse evento foi nossa, o Tony, a Fatiminha e eu queremos agradecer aos companheiros que estiveram conosco nesta viagem, mesmo que apenas em pensamento, ao José Freire, à mamãe Lúcia e à tia Elza que nos receberam tão afetuosamente em sua casa, e também e principalmente ao Comandante Carlos Miranda, o garboso Vigilante Rodoviário, por nos ter permitido essa honra e esse grande prazer. Em breve lá estaremos de volta para entregarmos ao Comandante um álbum das fotos que lá fizemos em sua companhia. Isto é uma ameaça. E esperamos que nesse retorno (parte II) mais companheiros estejam conosco, pois essa viagem vale mesmo muito a pena.

E parafraseando nossa querida Chayenne, filha do companheiro Gau, “beijo pra quem é de beijo, abraço pra quem é de abraço”.

Carinhosamente,

Marcão, em 01 de março de 2.005.

 

 

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