Rondonópolis - MT 100.000 Km da GS do Braga - A Festa !

28-09-2005 10:45

Como a moto do Gau ainda estava no hospital e não pretendíamos de forma alguma faltar ‘a festa do Braga (ou da GS dele) em Rondonópolis (MT), resolvemos ir de avião mesmo. Fazer o que ?

Em 28 de setembro, uma quarta-feira, o Gau pegou um vôo de Florianópolis (SC) a São Paulo (aeroporto de Congonhas), e eu como sou mais pobre peguei um ônibus da Gol, de Guarulhos (aeroporto internacional) a São Paulo. Lá chegando comi uns troços e fui para a sala de embarque, onde encontrei o Gau que tinha trazido também o Della. Uma boa surpresa. 3 é melhor porque não dá empate !

Fizemos um vôo sem detalhes com escala em Barretos (SP). O único senão foi que a gente ficou farto de tanta barra de cereal. Se não fosse a bendita cachacinha que o Gau tinha levado a bordo pra quebrar o tédio, a viagem teria sido um saco.

Descemos no Mato Grosso em Várzea Grande, cidade vizinha a Cuiabá. O Braga já estava nos esperando e o desentranhamento das bagagens foi bem rápido. Aqui tivemos a primeira baixa, muito triste, pois a garrafa de rum Capitão Morgan que o Gau despachou com as bagagens, chegou em caquinhos, perfumando parte das roupas. Saímos do aeroporto, atravessamos a recém inaugurada ponte Sergio Motta que liga Várzea Grande a Cuiabá, e logo após pegamos a estrada rumo a Rondonópolis.

Fizemos uma parada técnico-relaxante em Juscimeira (MT) num balneário de águas termais vulcânicas, onde tomamos um revigorante banho em piscinas de águas quentes, para depois destroçarmos um bom pacú frito com pirão e outros bichos. Muito agradável o lugar. Chegamos a Rondonópolis, na casa do Braga, com a noite e o sono pegos.


29 de setembro, quinta-feira

Levantamos cedo, tomamos um lauto café da manhã e saímos para um reconhecimento da cidade de Rondonópolis, banhada pelos rios Arareal e Vermelho. Fomos a um entreposto de pesca e a uma agência de viagens para que o Della acertasse seu vôo até o Recife (PE) para buscar sua moto. No caminho demos um “oi” para o rio Vermelho e fomos conhecer o camelódromo, muito bem arrumadinho, como quase tudo em Rondonópolis.

Mais tarde, na casa do Braga, o Della e eu conhecemos o Serginho (Inocent´s M.C.), que foi lá para pegar as camisas do Brazil Rider´s para vender.

‘A noite fomos encontrar um grupo de motociclistas locais, a maioria do Inocent´s M.C. e do Brazil Rider´s. O encontro foi no Hafaid, casa de fast food e de pratos árabes. Ficamos lá até as tantas e terminamos a noite no Leopoldo, uma casa noturna, e no Sex Appeal, um puteiro. OU melhor, o Serginho, o Della e o Gau terminaram, porque eu fiquei dormindo dentro do carro. Que fracasso !

Voltamos para a casa do Braga na alta madrugada e não conseguíamos abrir a porta, até que o Gau, depois de uma meia hora, se tocou que estávamos tentando abrir a porta errada. Haja cognac !


30 de setembro, sexta-feira

Apesar da esbórnia da noite anterior, acordamos cedo pois o dia seria de arrumações e preparações para a grande festa da noite em comemoração aos 100.000 Km rodados de BMW R 1150 GS do Braga. Afinal tínhamos ido lá para isso. Depois de deixarmos tudo meio que arrumado, após o almoço, fomos fazer a festa para aguentarmos o tranco da noite, que certamente seria muito legal.

No início da noite os convidados começaram a chegar, e foram chegando, chegando, e a festa ficou maravilhosa, com muita gente e muita música, animada pelo DJ Carlinhos, o mago dos pic-ups. Na festa tive a oportunidade de rever pessoas que eu já havia conhecido e de conhecer tantas outras, todos excelentes companheiros, gente muito boa.

Sei que não conseguiria citar aqui todos os que estiveram na festa, mas entre outros vieram o Osmar, o Zaqueu, o Serginho, o Joaquim, o Adalberto, o Bruno, o Lobo, o Assis, o Xerife, o Índio, o Carlão, o Airton, o Carlos Sá e mais um monte de gente boa.

A festa foi um sucesso absoluto de crítica e de público, e a vedete, a GS do Braga, foi muito paparicada e ocupou lugar de destaque no meio do salão. O casal Elisete & Braga fizeram uma festa memorável. Parabéns !

Por volta das 3:00 hs da manhã arrumamos minimamente as coisas e fomos dormir, já que o Della não quis liberar a pista para o pouso de um boeing. Ou seria um avião-cargueiro ? Mas foi uma festa “de cair o cú da bunda”. Prá acabar mesmo !


01 de outubro, sábado

A manhã de sábado foi preguiçosa. Depois de sairmos em busca de um pelego de carneiro (ou de ovelha para os de lá da fronteira) para minha moto, fomos para a Peixaria do Rico para almoçarmos pacú frito e surubim na telha, rango bom demais oferecido pelo Adalberto. Uma delícia. O tal do pelego deixamos pra lá, pois estava mais caro que presente para esposa ofendida. Na peixaria estiveram, além do Adalberto, o casal Elisete & Braga, o Gau, o Serginho, o Della (playboy), o Assis, o Xerife e eu.

‘A tarde, após uma boa e merecida sesta, demos uma “internetada” , nos arrumamos e fomos a uma “moagem” na casa do Assis, o popular “chupa-cabras e cabritinhas”. Lá comemos lombo de pintado e de matrinxã na brasa, pirarucu ensopado, arroz e saladas. Tudo isso regado a cachaças de vários naipes. Parabéns, Assis. Estes peixes estão entre os melhores que eu já tive o prazer de comer.

Para fazermos a digestão giramos pela cidade, fizemos um pit stop no Grand Bier, uma casa noturna meio restaurante, e terminamos a noite no Gerônimo, uma casa de shows e de “raspa-coxas”, e não pegamos nem “pé xujo”. Daí o único remédio foi irmos dormir.


02 de outubro, domingo

Acordamos, trocamos impressões sobre as KTM no café, falamos várias abobrinhas e fomos para o churrasco de aniversário do Adalberto, onde comemos muita carne com macaxera e lavamos a alma com cevejas, whiskies e outros bichos menos cotados. Parabéns, Adalberto !

‘A tarde, enquanto o Della (Playboy) e o Serginho saíram com uns “pés xujos”, voltamos para a casa do Braga para relaxarmos na piscina e começamos a preparar o churrasquinho noturno, temperado pelo Gau, o mestre-cuca.

No começo da noite o Della e o Serginho (sempre os dois) estavam no “Caldeirão do Huck”, ligaram para o Assis e nos convidaram para tentarmos pescar por lá alguns pezinhos xujos. O Gau afiou o anzol e foi pra lá com o Osmar e o Assis. Eu fiquei com o Braga devido ao cansaço e ‘a cachaça. Dei um jeito nas tralhas e, como eu já sabia que o Gau e o Della só chegariam na manhã seguinte, tratei de dormir.


03 de outubro, segunda-feira

Mal tomamos o café e o Gau sugeriu que antecipássemos o vôo em 1 dia, pois deu os 5 minutos na fera. Como ele mesmo diz: “o vento começou a soprar para o lado de casa”. Daí fomos a uma agência de viagens, mas não foi possível fazer a tal antecipação porque minha passagem tinha sido emitida em São Paulo, e somente na origem seria possível qualquer alteração, segundo a atendente.

Então o Braga foi nos apresentar algumas coisas mais de Rondonópolis, e assim fizemos um tour pela cidade e fomos até o Parque de Feiras e Exposições, que é o segundo maior do país. Bem interessante e muito bem cuidado. Daí fomos almoçar no Restaurante Verde Vale no centro da cidade, e depois direto a “la siesta”.

No final da tarde fomos comprar os peixes para levarmos para casa. Escolhemos pintados e surubins, os embalamos em filme de PVC e os pusemos no freezer. Daí nos arrumamos e fomos a outra “moagenzinha” na casa do Adalberto. Lá nos prepararam galinha caipira com farofa de tatu, além de arroz e saladas, e muita cerveja.

Uma comida boa na companhia de bons amigos e com cerveja e outros álcoois, é sempre uma delícia. A custo zero então... é melhor que peitinho de assoprar ! Pena que pudemos comer pouca farofa de tatu, pois o Della se atracou com a panela e não havia meio de fazê-lo largar.

Terminamos a noite batendo um bom papo furado no Cais, ‘a beira do Rio Vermelho. Vida boa !


04 de outubro, terça-feira

Como passaríamos o dia na Chapada dos Guimarães (MT) e depois iríamos para o aeroporto pegar o vôo de retorno, levantamos bem cedo para arrumarmos toda a tralha e embalarmos bem as caixas de isopor com os peixes. Tudo arrumado, café tomado, pé na estrada.

O Braga nos levou até o aeroporto de Várzea Grande para deixarmos as tralhas no guarda-volumes e para alugarmos um carro. Depois nos conduziu até a saída para o nosso destino e ali nos despedimos dele. Confesso que senti como que um vazio, pois muito embora por poucos dias, tivemos uma convivência intensa. Valeu, amigo Braga. Muito obrigado.

Para a Chapada dos Guimarães, tanto na ida como na volta, o Della foi dirigindo o carro, ou melhor, pilotando como se tivesse treinando para o Rally dos Sertões, e tentando se orientar por uma porra de um GPS. O Gau e eu só servimos de lastro para o carro.

Um pouco antes da Chapada paramos para admirarmos o Véu de Noiva, uma impressionante queda d´água em meio a uma garganta monumental. Fotos feitas, garapa tomada, fomos finalmente ‘a Chapada dos Guimarães. Para o Gau foi repetitivo pois ele já conhecia o local.

O Della e eu ficamos meio que surpresos pois imaginávamos a Chapada com apenas uma vilazinha e muitas trilhas, cachoeiras e matas em gargantas e canyons rasgando um imenso platô. Ao contrário, no local há uma boa cidade com todos os equipamentos urbanos, e as atrações naturais não são tantas assim, e a maioria está distante do núcleo urbano. Além disso, no Parque da Chapada não se pode entrar de moto, nem de bicicleta. Apenas a pé.

Almoçamos uma comida honesta e o Della pediu um tal de “revirado”, que é um cozido, uma espécie de pirão de carne moída com aipim e um pouco de aveia, e muito bem temperado. Olha, foi mesmo muito bom. Uma boa pedida.

Daí o Gau foi sestar na nave de apoio, e o Della e eu fomos fazer o reconhecimento da praça principal da cidade. Nele pudemos visitar a Igreja de Nossa Senhora Sant´Ana, construída quando lá ainda era a antiga Freguesia de Sant´Ana do Santíssimo Sacramento, terra dos índios caiapós ou coroados. Fundada por Jesuítas, teve seu início onde hoje é a Aldeia Velha. A Sé da Senhora Sant´Ana foi benzida em 31 de julho de 1779. Uma bela igreja, muito bem conservada e com artísticas imagens barrocas.

Retornamos por volta da hora da Ave-Maria, e o faro do Gau funcionou bem melhor que a porra do GPS do Della, o piloto de rally.

Chegando de volta a Cuiabá fomos ao Pantanal Shopping, onde prestigiamos o cinema nacional assistindo ao filme “2 Filhos de Francisco”, um filme até razoável. Depois jantamos e voltamos ao aeroporto de Várzea Grande onde entregamos o carro e esperamos o embarque para o nosso vôo.

Como esse aeroporto não é amplo e nem tem nada de atrativo, ficamos no restaurante papeando e tomando uma variação da bebida preferida dos Toupeiras M.C., rum com sprite, até a chamada para embarque, quando o Gau foi ao W.C. e demorou tanto que um agente de solo da Gol foi procurar os 3 passageiros faltantes, pois já estávamos atrasando o vôo. Aí um outro funcionário da Gol pediu ao Della para ir atrás do Gau, e quando o encontrou este lhe disse que não havia necessidade de pressa pois “ainda faltavam 3 passageiros...”

No início do vôo houve muita turbulência pois atravessamos uma zona de tempestades, e o avião chacoalhava tanto que, por um momento, pensamos que era o Della tentando pilotar o boeing se guiando pela porra do seu GPS. Mas depois as coisas se acalmaram e ficamos aliviados quando vimos que não haveria mais barras de cereal, mas sim barras de goiabinha. E dê-lhe barras de goiabinha !

Fizemos escala em Londrina (PR) ainda sob forte chuva, mas chegando a São Paulo o tempo estava bom. Desembarcamos e numa bifurcação dos corredores nos despedimos, pois eu iria de ônibus para Guarulhos (SP), o Gau iria pegar um vôo de conexão para Florianópolis (SC), e o Della pegaria outra conexão para Recife (PE).

No final chegamos todos bem, inclusive os peixes, a nossos destinos. Foi uma bela e deliciosa jornada. Cabe aqui mencionar que em Rondonópolis há muitas motos, tantas que se tem a impressão de que há mais motos que habitantes, e lá o pessoal é de tirar as calças pela nuca, lá o que menos anda, “avua”! Um pequeno exemplo: o Serginho vendeu em apenas 2 (dois) dias, 25 (vinte e cinco) camisas e uns quantos chapéus do Brazil Rider´s. Também é digno de nota que o Braga enfiou nos freezers 53 (cinqüenta e três) caixas de cerveja, e zombou da gente porque consumimos “apenas” 49 (quarenta e nove) caixas em 5 (cinco) dias... é, nós estamos fracos mesmo.

E na casa do Braga fomos tratados, todos os dias, a mel de canudo de pito. Um luxo !

Queremos agradecer de forma geral a todos os queridos companheiros aqui citados ou não, e de forma particular ao Braga pelo carinho com que nos recebeu e pelo saco que teve em nos aturar. Agradecemos ‘a Gol pelas barras de cereal, ao fabricante do GPS do Della, e a Deus por nos ter proporcionado tudo isso. Rondonópolis é mesmo um lugar muito especial.

Abraços e beijos em todos.

Marcão, em 22 de outubro de 2.005.

Voltar

Procurar no site

paulinhodolcepazzia@gmail.com © 2009 Todos os direitos reservados.