QUASE ABRACEI O RIO GRANDE

14-09-2005 10:57

E cumprindo meu calendário, em 14 de setembro, uma quarta-feira, saí ‘as 6:00 hs rumo ‘a casa do meu irmãozinho Gau em Palhoça (SC).

Pensei que fazendo a primeira perna da viagem via litoral paulista eu faria um grande negócio, evitando o pior trecho da BR-116. Que engano ! Além de eu ter rodado 75 km a mais, de Peruíbe a Miracatu no Vale do Ribeira (SP), a estrada está destruída, um lixo, muito perigosa, e debaixo d´água (muita) então, a coisa ficou grave ! Teria sido mais eficaz eu ter ido de jet ski e escafandro.

Pode parecer exagero, mas foram 785 km sob tempestade, com nevoeiro e fortes rajadas de vento lateral em vários trechos. No caminho houve situações onde tive a exata sensação de que não era eu a pilotar a moto, mas essa é uma questão de foro íntimo e não cabe aqui dissertar a respeito. Em alguns momentos me fez lembrar a Patagônia e a tempestade austral a caminho de Buenos Aires (Argentina). Lembra, Tony (Gang Fantasma)?

Talvez pensem que eu esteja querendo valorizar a coisa, mas foi a viagem mais pesada e mais tensa que eu fiz nos últimos tempos. Numa palavra: Punk ! Mas chegar ‘a casa do Gau sempre compensa todo e qualquer sacrifício.

Lá chegando, após por as tralhas para secarem, jantamos uma excelente vaca atolada do mestre-cuca Gau, regada a brejas, rum e cognac, na excelente companhia da Marta e do Ci (Toupeiras da Estrada M.C.) e família. Depois, um bom papo furado e cama.


15 de setembro, quinta-feira

Usei esse dia para recobrar as energias e fazer o rescaldo das roupas e botas bem enxarcadas.

Cabe aqui uma informação importante: As roupas “impermeáveis” da marca “G-Tec” além de serem muito caras, não são impermeáveis porra nenhuma. E as botas da marca “Guartelá” também são uma enganação. Não adianta, as empresas brasileiras pensam que somos todos idiotas.

Hoje telefonei ‘a Fatiminha, ao Pablo de Blumenau (nos veremos no próximo dia 21), e ao João Vargas, meu querido amigo do sul que me hospedará em Porto Alegre.

A Ténéré do Gau patinou a embreagem e foi preciso trocar os discos meio que na correria no final da tarde. No início da noite fomos, modestamente, jantar camarões empanados regados a brejas (várias). Depois fomos dormir o sono dos justos, não sem antes notarmos com uma ponta de preocupação que havia começado a chover muito.


16 de setembro, sexta-feira

O dia amanheceu carrancudo, de mau humor, mas não chovia. O frio trincava até os documentos e ventava muito forte. Arrumamos as bagagens nas motos, abastecemos e pegamos a BR-101 no rumo sul. Essa rodovia desde o sul de Palhoça até Osório (RS) está em estado lastimável, como que uma colcha de retalhos mal feita e esburacada demais, e com acostamentos em desnível. Uma merda. Para tornar a coisa ainda mais emocionante, o Minuano soprava forte e as árvores ao longo da rodovia que quebravam as rajadas de vento, foram cortadas em virtude das obras de duplicação.

Com menos de uma hora de estrada já estávamos rodando sob o sol, e a moto do Gau, talvez em homenagem ao bom tempo, de repente resolveu que nossa viagem merecia efeitos especiais, e começou a soltar um chafariz de óleo. Na verdade foram “defeitos especiais”. Quando paramos em Laguna (SC) para saborearmos pastéis de camarão, a Ténéré já estava toda melecada.

O Gau resolveu tocar em frente assim mesmo, encheu o reservatório do óleo e voltamos para a estrada. Daí fomos parando de quando em quando para reabastecimento do reservatório do óleo da Ténéré.

No trevo de Torres (RS) entramos ‘a esquerda e após ‘a direita para a Estrada do Mar, que liga Torres a Osório. Essa estrada era também chamada de Rota do Sol ou Interpraias. Seguindo por essa rodovia paramos na Fruteira do Pelé onde degustamos vários embutidos, queijos, pães, bolos e um suculento abacaxi.

Daí o Gau resolveui levar a Ténéré até a Pinho Motos, concessionária Yamaha de Torres, onde fomos atendidos pelo Wanderley, muito atencioso. Ele lavou a meleca provocada pelo óleo pulante, reapertou alguns parafusos do cabeçote e trocou uma das tampas de válvula. O nosso muito obrigado ‘a Pinho Motos de Torres.

Infelizmente a tentativa de reparo não funcionou, e com menos de 100 km ‘a frente o chafariz de óleo voltou a reinar soberbo, agora com mais intensidade. Em Osório paramos para pormos mais óleo na Ténéré e para vestirmos as capas, pois a chuva tinha aumentado bem. Dali em diante pegamos a Free Way, rodovia que nos deu um pouco de refresco, pois com chuva, nevoeiro, anoitecendo, sem visibilidade e o vazamento de óleo, se a estrada não fosse boa estaríamos complicados de vez.

A chuva só diminuiu no trevo de Gravataí (RS), e tivemos que entrar em Cachoeirinha (RS) para pormos mais óleo na Ténéré, pois sem isso ela não chegaria a Porto Alegre, apesar da pouca distância.

Ao chegarmos ‘a capital dos gaúchos fomos diretamente para a casa de tios do Gau, onde fomos muito bem recebidos e onde o João Vargas foi me buscar. O Vargas me instalou em sua casa, contatou o amigo Kako (Cruzando Sul) para que ele me levasse ‘a Turbo Motos no dia seguinte onde seria a saída do 5º Abraçando o Rio Grande, e foi pescar em outro rio. Daí fui tirar as manchas de óleo das roupas e do capacete... respingos do chafariz da Ténéré.

Essa teria sido uma viagem quase normal, não fossem alguns “detalhes”: O óleo que jorrava da Ténéré impregnava seu pneu traseiro e seu conjunto de freio (disco e pastilhas), o que por si só já tornaria essa viagem uma odisséia com final incerto. Junte-se a isso a forte chuva, a névoa densa, o tráfego pesado e os ventos laterais que tornaram a viagem um salto sem rede, um trem-fantasma, e completamos o quadro da aventura. Graças a Deus todos os anjos-da-guarda do Gau estiveram de plantão full-time, inclusive alguns deles viajaram em minha garupa desde Guarulhos (SP), eu acho, pois até aqui tudo correu bem apesar de o pneu dianteiro de minha moto estar “quadrado” desde minha saída de casa.

Depois dessa viagem pesada, só mesmo uma boa caipirinha e cama.


17 de setembro, sábado

O dia amanheceu lindo, aberto, ensolarado, muito embora um tanto frio para um paulista como eu.

Como em função do problema com a moto do Gau eu já havia decidido que sozinho eu não iria fazer o Abraçando o Rio Grande por uma questão de solidariedade e para ajudar o Gau no que fosse preciso, liguei para o Kako, e ele, sua namorada e eu fomos de moto assistir ‘a largada do 5º Abraçando o Rio Grande, que foi emocionante, com mais de 400 participantes, ladeados por batedores da polícia e por naves de apoio. Uma boa organização, sem dúvida.

Pouco antes da largada tive o grande prazer de rever o Jorge Alencastro (Brazil Rider´s), grande sujeito, ao qual expliquei o ocorrido com a moto do Gau e com o que ele concordou prontamente, e me convidou para, no dia 19, almoçar com eles em Taquara (RS), ali me juntar ao grupo e seguirmos todos para Torres. Disse que a cerveja seria por conta dele. Conheci ali também o Lague (Cruzando Sul).

Ali fiz algumas fotos e depois me virei para achar o caminho de volta para a casa do João Vargas. Mas quem tem boca...

É possível que essa minha decisão de não fazer o 5º Abraçando o Rio Grande sem o Gau seja indigesta para alguns, mas de minha parte não haveria outra decisão possível a ser tomada, pois o meu 5º Abraçando... incluía a luxuosa companhia do meu irmãozinho Gau. Sozinho este grande evento perde o sentido para mim. E eu só faria a 3ª perna deste evento se os problemas com a sua já estivessem encaminhados até lá.

O João Vargas e eu almoçamos um ranguinho honesto, depois falei com o Gau sobre a solução dos problemas da moto dele, e fui com o Vargas a Viamão (RS) onde ele foi pegar a Paloma, sua filha caçula.

Voltamos a Porto Alegre e pegamos a Touanda, primogênita do Vargas, e a Marina, amiga da Touanda.

‘A noite Paloma foi ‘a uma festa na SOGIPA (Sociedade Ginástica Portoalegrense), e Touanda, Marina, João Vargas e eu fomos a um baita churrasco a convite do Gau, em casa de amigos dele. Foi uma noite bem agradável na companhia de pessoas maravilhosas e queridas, com um rango delicioso e um molho de gengibre assinado pelo Gau, que nos apresentou uma bebida nipônica que é “uma viagem”, e que foi presente do Marcelo Vingador (Brazil Rider´s) de Atibaia (SP).

Cabe aqui relembrar que o João Vargas me apresentou a Becherovka, bebida típica da República Checa, que ele trouxe de Praga. Se a República Checa for tão boa quanto a Becherovka, será muito bom estar por lá. Veremos isso em 2007.

Já ia alta a madrugada quando, meio que encharcados por brejas, cognacs, licor de olhinhos puxados, rum Capitão Morgan e o escambau de bico, resolvemos ir dormir.


18 de setembro, domingo

O domingo amanheceu preguiçoso. Após um lauto café-da-manhã fui pagar minha estadia lavando a louça para o João Vargas.

Daí tomamos algumas medidas de ordem prática, dei um tapa em minha bagagem, falamos com o Gau novamente e ele nos disse que já havia esquematizado seu retorno ‘a Palhoça no meio do dia, e que o transporte de sua Ténéré que solta óleo pelas ventas, já estava engatilhado.

A partir disso pude programar para o dia seguinte minha ida a Taquara para me juntar ao grupo do 5º Abraçando o Rio Grande.

Daí Paloma, João Vargas e eu saímos para visitarmos o Acampamento Farroupilha organizado por vários C.T.Gs. e Piquetes, cujos galpões foram instalados dentro do Parque Harmonia, próximo ‘a margem do Rio Guaíba, em Porto Alegre, como parte dos festejos comemorativos da Semana Farroupilha. Estes galpões revivem e materializam as tradições gaúchas, reproduzindo com riqueza de detalhes o cotidiano do gaúcho da campanha, mormente do século passado. É bonito ver como o povo gaúcho cultiva e preserva suas tradições.

Aproveitamos e almoçamos ali mesmo num dos galpões arroz carreteiro, saladas e um bom naco de costela de gado. Pra mim, um forasteiro, foi um passeio bem interessante e ilustrativo.

Uma explicação: C.T.G. significa Centro de Tradições Gaúchas, e Piquete é um grupo aspirante a C.T.G. . O C.T.G. está para a cultura do tradicionalismo gaúcho, assim como o Moto Clube está para o motociclismo.

Apesar do mau tempo (pra variar chove pra cacete), faremos hoje algum programa cultural para me despedir da Porto dos Casais que na minha opinião é a capital onde mais se respira, transpira e inspira cultura neste sofrido país. Após uma reunião de cúpula (não confundir com cópula), ficou resolvida a ida ao Teatro de Arena de Porto Alegre, onde assistimos ‘a montagem de “Earling”, com texto de Christina Herrström, direção de Mario Morgan, iluminação de Juan José Ferragut, e no elenco Félix Correa, Júver Salcedo e Lílian Olhagaray. É um texto de comicidade dramática, em espanhol, brilhantemente interpretado e impecavelmente iluminado. Mais uma que devo ao João Vargas, uma das pessoas mais cultas que conheço.

Após alimentarmos culturalmente nossos espíritos, fomos forrar os buchos pois ninguém é de ferro. Destroçamos alguns filés regados a Serra Malte. Muito bom ! Daí eu só queria ir dormir para poupar o corpo para a viagem do dia seguinte.


19 de setembro, segunda-feira.

Acordei cedo e vi o tempo nubladão mas sem chuva. Menos mal. O João Vargas me levou até a saída para Esteio (RS), onde peguei a rodovia no rumo de Novo Hamburgo (RS) no Vale do Rio dos Sinos. Em Novo Hamburgo subi pelo trevo de entroncamento da rodovia que leva a Taquara.

Neste trevo resolvi parar um pouco, pois havia a possibilidade de o grupo do 5º Abraçando o Rio Grande passar por ali. Nisso apareceu o Juarez (Perdidos no Asfalto M.C.) de Canoas (RS). Aguardamos juntos ali por mais um tempo e decidimos picar as mulas para Taquara.

Lá chegando tivemos uma bela recepção por parte do M.C. Águias do Asfalto, e o amigo Mauro nos levou até sua sede. Confesso que fiquei admirado, pois o Águias do Asfalto tem uma sede ampla e muito bem montada. Parabéns ao pessoal de Taquara.

Logo após chegou o grupo participante do 5º Abraçando o Rio Grande, que teve uma grande recepção. Mais tarde o almoço passou a ser servido, e o Jorge Alencastro, o Malafaia e o Comin me convidaram ‘a mesa deles, e assim saboreamos juntos um rango supimpa. Nesta mesa também estavam, entre outros, o Pasetto, o Dov, o Lague & esposa.

Após o almoço me despedi dos anfitriões e me juntei ao grupo. Daí seguimos todos rumo a Torres, cidade litorânea no extremo norte do estado. Todo o trajeto foi feito em segurança e o comboio foi muito bem organizado.

Chegando a Torres, após a concentração de praxe no centro da cidade com recepção dos Coyotes da Estrada M.C., o Comin e eu fomos procurar um hotel razoável, e por fim nos hospedamos no Torres Praia Hotel. Muito bom.

Após nos recompormos fomos jantar, onde cheguei de camisa do Brazil Rider´s na cor rosa pink. Foi um frisson, muita gozação. As mulheres adoraram... os homens nem tanto, inclusive o Jorge Alencastro até telefonou ao Gau solicitando que camisas dessa cor não mais fossem feitas pelo Brazil Rider´s. Melhor, pois assim o Margarida, a Mary e eu teremos exclusividade.

No jantar foi servida tainha assada com pirão e demais complementos. Uma verdadeira delícia. Parabéns aos Coyotes !

Após o jantar, em meio a muitas homenagens, foram entregues os troféus aos M.Cs. participantes do evento, e tive a subida honra de representar o Brazil Rider´s. O Lague me ofertou também um troféu por eu ter saído de São Paulo especialmente para o evento.

Antes, durante e após o jantar conversei muito com o Cláudio, master do Brazil Rider´s em Bagé (RS). O Cláudio é da melhor qualidade, faz com que nos sintamos em casa, extremamente agradável. E o Cláudio me convidou para o 9º Super Moto Bagé entre os dias 02 e 04 de dezembro. Pois saiba, amigo Cláudio, que iremos sim. Pode nos aguardar com um mate quente !

Falei por telefone com a Fatiminha, com o Gau e com o João Vargas em celulares gentilmente cedidos pelo Jorge Alencastro e pelo Malafaia, aos quais muito eu agradeço. O Gau me pediu que, mesmo sob chuva, eu subisse para Palhoça no dia seguinte pois o Pablo nos esperaria em Blumenau para um churrasco de costela de ripa em fogo-de-chão.

Combinei com o Dov que voltaríamos juntos pois ele subiria para Florianópolis, apenas 15 km acima de Palhoça.


20 de setembro, terça-feira

Acordei cedo, tomamos café e telefonei ao Dov, mas por insistência do Lague (segundo o Dov) o Dov resolveu ficar e ajudar a patrulhar o comboio no retorno a Porto Alegre. Boa viagem a todos.

Daí arrumei as tralhas, me despedi do Comin que iria para Tramandaí, depois já a caminho reencontrei o Dov e me despedi dele também, e peguei a BR-101 no sentido norte.

Antes de chegar a Sombrio (SC) já peguei chuva grossa, que me lavou os pensamentos até a entrada para a Praia da Pinheira ao sul de Palhoça. Como já disse, neste trecho a estrada está um caos e o tráfego de caminhões é bem pesado.

Cheguei ‘a Palhoça no meio do dia, ainda a tempo de almoçar com o Gau e seus dois filhos Leopoldo e Kayo.

Após o almoço pegamos os logotipos de alguns patrocinadores de camisas do Brazil Rider´s e fomos para Blumenau. Lá chegando cruzamos a bela cidade indo ‘a Magic Brazil, onde tratamos de detalhes para a confecção de mais camisas. Após o acerto fomos ao centro de Blumenau, pois tínhamos encontro marcado com o Pablo, o qual conhecíamos apenas virtualmente.

Nos encontramos num posto de combustíveis defronte ao Hotel Plaza, e logo foram chegando os integrantes do ComDor no Asfalto M.C. . Ali tive o prazer e a honra de conhecer pessoalmente também o Roberto Disse, presidente do ComDor no Asfalto M.C. e com o qual eu já havia trocado vários e-mails. Conversamos um pouco sobre viagens, motos e coisas menos importantes, e dali fomos todos para a reunião semanal daquele moto clube, que naquele dia especialmente foi feita no C.T.G. Chapéu de Couro por ser a data comemorativa da Revolução Farroupilha.

Lá nos deitamos no churrasco citado regado a cerveja (muita !), e dessa forma nos confraternizamos com toda a raça. Teve até um baita bolo de chocolate com morangos para comemoração do niver da Zita, esposa do Lana.

Terminamos a noite o Gau, o Pablo e eu no principal “point” de Blumenau, e para nossa surpresa (minha e do Gau), o Pablo já nos havia feito reserva no Hotel Plaza. Me senti o rei da Prússia. Daí o Pablo se enroscou com um “pé xujo”, nos despedimos dele e fomos dormir meio embriagados.

Dessa nossa ida a Blumenau é absolutamente necessário dizer que, além de termos estado numa cidade linda, limpa e bem organizada, tivemos a felicidade, o privilégio, o prazer e a honra de conhecermos pessoalmente o Pablo, o Roberto Disse, o Carlos Renné, o Rubens, o Lana, a Zita e todo o pessoal do ComDor no Asfalto M.C., que é motivo de orgulho para Blumenau. A todos queremos agradecer emocionados a acolhida, a atenção que tiveram para conosco, e o carinho e a deferência com que fomos lá tratados. Muito obrigado por nos emprestarem toda essa amizade. Ganhamos muito por conhecê-los.


21 de setembro, quarta-feira

Chegamos ‘a Palhoça de retorno ‘as 11:00 hs e logo comecei a ajeitar minhas tralhas para no dia seguinte alçar vôo de retorno ao ninho. Deixei a capa de chuva ‘a mão pois a previsão do tempo era braba.

Nem mesmo almocei, e ‘a tarde fui frisar os pneus da moto prá quebrar um galho, e ficaram uma belezura ! Agora daria pra enfrentar o temporal novamente. Que venga l´agua ! Também comprei vinhos de Nova Trento (SC), que o Gau fez a gentileza de transportá-los para mim até São Paulo.

Enquanto eu respondia alguns e´mails, chegou o Alberto Pelegrino (Megacycle). Boa Surpresa.

No início da noite petiscamos ostras gratinadas ao azeite temperado, uma das muitas especialidades do Gau, e depois completamos o rango com camarões empanados com acompanhamentos vários no Boka´s em São José (SC). Para fazermos a digestão fomos a uma reunião semanal do Floripa M.C. onde revi alguns amigos. Lá a BMW amarela do Alberto fez grande sucesso. Após mais esse dia completo, foi ótimo dormir.


22 de setembro, quinta-feira

Acordei cedo, montei as bagagens, me despedi do Alberto que já havia acordado, me despedi da Maria (funcionária do Gau), abasteci e peguei a BR-101 no rumo norte.

Uns 10 minutos depois eu já estava viajando sob chuva, a qual me acompanhou até Juquiá (SP). Daí o tempo permaneceu nublado, mas fui sem chuva até Guarulhos. Apenas o tráfego intenso de caminhões no único trecho de pista simples já na BR-116 em São Paulo, incomodou e cansou bastante. Além disso atravessei São Paulo pelas marginais dos rios Pinheiros e Tietê rumo a Guarulhos no final da tarde, que é o pior horário para se fazer isso. Foi punk.

Cheguei bem cansado mas inteiro e feliz.

CONCLUSÃO

Essa foi para mim realmente uma grande viagem, não pelo número de kilômetros rodados (cerca de 2.700 Km), mas sim por ter sido o meu 1º Abraçando o Rio Grande, minha primeira viagem com o Gau apesar de nossa amizade desde os anos 70´, a primeira viagem do Gau depois de chegar do Alaska, e a primeira viagem dessa Ténéré do Gau, a que cospe óleo pelas ventas.

Com tudo, por tudo, apesar de tudo foi extremamente positiva essa viagem. Para não cometer esquecimentos, mando apenas um grande agradecimento geral e irrestrito a todos e a cada um, citado aqui ou não. Dessa vez não abracei todo o Rio Grande, mas dei-lhe um forte aperto de mão !

Grande abraço e beijo em todos.

Marcão, em 18 de outubro de 2.005

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