Niver do Ruiter e do Lasareno - Guanambi (BA)

02-03-2006 11:00

Em dezembro de 2005, por ocasião do 9° Super Moto em Bagé (RS), fomos convidados pelo Lasareno para uma baita efeméride: seu aniversário, em 2006, seria comemorado juntamente com o aniversário do Ruiter, em Guanambi (BA), no mês de março. Após pensarmos e refletirmos longamente por cerca de 18 segundos, fechamos com o Lasareno e garantimos que estaríamos presentes a este importante acontecimento.

Assim, conforme o prometido e combinado, o Gau saiu de Palhoça (SC) em 1° de março e pernoitou na capital de São Paulo. No dia seguinte, 02 de março, me encontrei com ele no 1° posto da Polícia Rodoviária Federal da Rodovia Fernão Dias (BR-381). E por causa de uma boa noite de sexo, ou pela falta dele, saímos bem atrasados mas com a animação em alta.

E saímos rumo às Geraes levando nas malas a grande vontade de rever amigos queridos e de conhecer outros tantos. Queríamos, sobretudo, abraçarmos os aniversariantes, e para isso havia ainda muitos kilômetros a serem engolidos.

Quero deixar claro que, quem diz que a BR-381, mormente em seu trecho mineiro, está toda esburacada e sem conservação, definitivamente não sabe o que diz, pois a Fernão Dias está muito bem conservada em toda a sua extensão. (Ainda bem).

Até chegarmos à capital dos mineiros enfrentamos vários trechos com chuvas fortes e fracas, e na Grande Belo Horizonte elas chegaram a nos incomodar, posto que em muitos pontos havia muita lama e muita água parada formando uma meleira que era uma verdadeira merda. Além disso a malha viária dessa região encontra-se muito mal cuidada.

Continuamos seguindo pela BR-040 até um pouco acima de Paraopeba (MG), onde entramos à esquerda no trevão, e passamos a rodar pela BR-135. Devido ao nosso atraso (justificado) na saída, e à chuva, anoiteceu pouco antes de chegarmos a Curvelo (MG), e em lá chegando, ao indagarmos a um frentista num posto de combustíveis, ele nos disse que, embora fôssemos “da polícia” não seria aconselhável arriscarmos seguir mais adiante àquela hora, e sugeriu que dormíssemos em Curvelo mesmo. Explico: O porra do Gau estava vestindo uma camiseta do Dallas Police Department, a qual foi um presente do Alex Reis, master do Brazil Rider´s em Belém do Pará.

Parando em Curvelo fomos baixar a adrenalina sorvendo umas (várias) cervejas. Depois nos instalamos no Bom Hotel, que desafortunadamente não era bom porra nenhuma, jantamos e fomos dormir o sono dos justos.

No dia 03 de março levantamos bem cedo e com todo o gás, pois no dia anterior não conseguimos fazer a viagem render. Abastecemos, calibramos os pneus e caímos na BR-135 no rumo de Montes Claros (MG).

Entre Curvelo e Bocaiuva (MG), mais exatamente entre Joaquim Felício (MG) e Engenheiro Navarro (MG), a BR-135 está ruim, bem ruim, muito ruim, ruim por demais, pra lá de ruim, péssima, uma merda, como que uma representação do Inferno de Dante, a corroborar com o discurso dos arautos (muitos) do quanto pior, melhor.

Almoçamos em Porteirinha (MG) e além de otras cositas más, saboreamos um maravilhoso churrasco de uma tal de maçã do peito, um corte de bovino que me parece ser o que chamamos mais ao sul de granito. Trata-se de uma carne saborosíssima, e certamente foi preparada com maestria.

Daí abastecemos e prosseguimos em nossa subida pelo coração deste país onde em se plantando tudo dá (e todas dão), e fomos apreciando os cartões postais que, de quando em vez, se apresentavam à nossa frente. As serras do Espinhaço e de Jaíba têm uma topografia que nos desenham belas paisagens, pincelando o horizonte com um relevo de encher os olhos, misturando vários tons de verde.

Acima de Montes Claros passamos por uma sucessão de cidades pequenas, até por tratar-se de uma região de populações reduzidas. Mas, de repente, nos deparamos com uma Guanambi bem grande, pujante, viçosa, o que me deixou agradavelmente surpreso pois não a julgava assim tão desenvolvida. E com mulheres lindas ! U-lá-lá !

Ao chegarmos na parte mais central da cidade, ligamos para o Ruiter que foi prontamente nos buscar e nos levou a uma pousada onde o pessoal já estava na piscina e tomando uma e outras (muitas) à beira de um churrasquinho. Mal chegamos e já pusemos as mãos na massa pois somos motociclistas carpideiros, e não podemos ver defunto sem chorar. E muito !

Mais tarde nos instalamos no Hotel Recife, bem no centro da cidade e onde a raça se concentrou. Ficamos ali conversando, cervejando e rindo por um bom tempo e depois fomos jantar no Mercado Municipal. Foi um rango diferente e honesto. Daí voltamos para a frente do hotel e ficamos papeando até as tantas ali. Como iríamos acordar cedo, já antevimos um dia seguinte pesadão.

O dia 04 de março amanheceu sorrindo e trouxe consigo um belo sol prenunciando uma grande festa, um grande congraçamento. Acordamos cedo e ficamos defronte ao hotel numa pré-conferência de oba-oba, até que o Ruiter chegou e o pessoal todo se reuniu para darmos juntos a largada do comboio da festança.

Nessa altura já tínhamos conhecido ali muita gente boa e importante dentro e fora do motociclismo nacional. E veio uma agradável e grande surpresa (em todos os sentidos), pois aportou defronte ao hotel o Foffão, que apesar da delicada cirurgia recente, compareceu em carne e osso (muito mais carne do que osso) para abraçar os amigos todos e prestigiar os aniversariantes.


E assim saímos pontualmente atrasados com destino à vizinha Candiba (BA), cidade que dista cerca de 30 km de Guanambi. O Ruiter armou o comboio de forma bem cuidadosa, com direito inclusive a batedores do 17° Batalhão da Polícia Militar do Estado da Bahia – “Pelotão Puma”, e ambulância de apoio. Armou até um sistema, caso fosse preciso, de “pau d’água delivery”, para evitar possíveis acidentes. Um luxo ! E isso mostra bem o prestígio do qual o Ruiter desfruta por aquelas bandas.

Ao chegarmos a Candiba a cidade literalmente parou para nos recepcionar. Paramos na praça do Mercado Municipal, bem no centro, onde foi armada uma bela Feira de Artesanato promovida pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Candiba, presidido pela Sra. Angelita. Teve som ao vivo e boa parte da população local prestigiou o evento, com a presença inclusive do Dr. Lúcio, Excelentíssimo Prefeito Municipal de Candiba.

Ficamos nessa Feira de Artesanato por boa parte da manhã, e entre discursos vários e homenagens idem, a Miriam que é a primeira-dama do motociclismo catarinense, foi homenageada pelos artesãos locais recebendo um lindo chapéu, o qual veio a calhar, considerando o naipe do sol que castigava nossas idéias.

Dali fomos para a festa propriamente dita no Clube Social de Candiba, onde a Jackeline, esposa do Ruiter, se esmerava em fazer com que tudo saísse da melhor forma possível.

O Clube Social de Candiba é um lugar muito acolhedor, com uma piscina deliciosa, e as mesas foram postas à sombra de um belo mangueiral, inclusive as motos e carros também se beneficiaram dessa sombra benfazeja.

O pessoal foi se chegando, se acomodando e rapidamente começou a rolar um churrasco delicioso com vários cortes de bovinos, suínos, caprinos e galináceos. E tudo isso regado a bate-papos da mais alta qualidade e a um som ao vivo excelente a cargo do grande Rubão, com incursões bisextas da Miriam.

Há que se salientar aqui o esmero, o cuidado, o carinho e a dedicação de Dona Jakeline, esposa do Ruiter, que estava já há dois dias no clube preparando essa baita festa, e permanecia ali incansável, solícita e atenciosa. Rolou até uma papinha esperta especial para o convalescente Foffão, temperada com muito carinho...

O ponto alto da festa de aniversário do Ruiter e do Lasareno, com altíssimo teor de emoção e que arrancou lágrimas de muitos olhos presentes, foi quando o Ruiter atrevés do microfone nominou cada um dos presentes, fez elogios e agradecimentos, confessou amores e dores, e transformou a sua festa numa grande reunião de família. Nós é que deveremos te agradecer muito, Ruiter ! E também temos que agradecer a Deus, pois foi ele quem te colocou em nosso caminho. Teu coração, querido Ruiter, é grande... bem maior que a desfaçatez do nosso atual governo...

Quero deixar registrado aqui que, nessa altura do rega-bofes, tive uma excelente conversa franca com o Edú, que por uma questão de foro íntimo me era imprescindível tê-la e que me deixou mais leve e aliviado. É que há algum tempo, via e-mail, eu fui muito descortez, muito mal educado, tendencioso, arrogante e prepotente (para dizer pouco) com o Edú, e nessa festa tive a grata oportunidade de lhe pedir muitas desculpas ao vivo, as quais reitero aqui. Foi muito bom. Um beijo, amigo Edú.

Quando o Gau parou de vender as camisas, chapéus e patches do Brazil Rider´s, e o Ribeiro terminou sua aula particular sobre modificações, adaptações e manutenção para as XT 600, aula essa que muito eu lhe agradeço, começamos a levantar acampamento, e aos poucos fomos retornando a Guanambi e tivemos como pano de fundo um por do sol do cacete ! E o fotografamos para a posteridade.

Chegando a Guanambi, entre outras providências, era necessário tentar solucionar ou encaminhar o problema surgido na moto do Lasareno, que cismou de travar o freio traseiro. É que moto de gaúcho é como cavalo chucro que carteia marra e tem vontade própria. Oigale !

Ainda no início da noite fomos àquela pousada, onde Dona Jackeline nos brindou com um jantar supimpa. Depois, a pedido e sob o comando do Ruiter, houve ali mersmo uma reunião com os masters presentes do Brazil Rider´s, onde foram abordados vários assuntos de interesse geral (e de arquibancada também) dos integrantes dessa grande irmandade que é o Brazil Rider´s. Mais tarde a Miriam, o Laurindo, o Gau, eu e outros, batemos no violão do Ruiter (seqüestrado a propósito no final da tarde) umas boas músicas. E aí a noite foi se completando, e a terminamos internetando um pouco, papeando defronte ao hotel, falando sobre motos e mal do governo, tomando muita água de coco e sorvete. Mais tarde cada um tratou de arrumas suas tralhas e ir descansar com vistas à viagem de retorno que começaria no dia seguinte bem cedo.

Com a plena certeza de que, ainda que eu tenha tido a preciosa colaboração do Ruiter, cometerei aqui a imperdoável indelicadeza de me esquecer de citar alguém, ousarei relacionar o pessoal presente a essa efeméride, além dos aniversariantes Ruiter e Lasareno e respectivas esposas Jackeline e Amália: Gau, Zé Dedinho, Miriam, Edú, Everson, Ribeiro & esposa, Laurindo & esposa, os chilenos Juan Arenas y Carlos, Aires, Alair, Almansur com 3 amigos, Augusto, Bleiner & Dona Ida, Carlos Meneses, Day, Endgel, Carlos Peres, Dino & Sylvia, Cláudio Mancuzi, Eduardo & Irinha, família Leandro (sócio do Ruiter), Eduardo (Eu & Ela M.C.), Eglaer & Carmen, George, Estênio, Hamilton, Eugênio, Fernando Torres com 2 amigos, Flávio, Foffão, Gildenor, Jaílton, Iran & esposa, Luis Augusto, Manga Rosa & esposa, Jaime Meira e filhos, James & Adriana, Jarbas Meira & Zilda e filhos, Leandro, Jô e o cunhado, Lunard Dolabella, José Nilton, Marcos da Bahia, , Marcos das Geraes, Bráulio Junior, Junior (matemático), Marli, Milton com 3 amigos, Neobino, Péricles & Ana Dalva, Ricardo Amaral, Zé Eustáquio & Bety e filhos, Roberto, Ronaldo, Wagner Lopes, Rosa, Lucas, Luciana e Rubens, além da primeira-dama do muinicípio de Candiba, o diretor de eventos e o vice-presidente do Clube Social de Candiba, e este escrivinhador.

Correndo o risco de ser repetitivo, quero salientar que estiveram presentes os seguintes masters do Brazil Rider´s, já citados na relação geral: Foffão (RJ), Gau (SC), Carlos Peres (RJ), Ruiter (BA), Edú (DF), Everson (MG), Lasareno (RS), Miriam (RS) e eu (SP). Também foram nomeados masters nessa bela festa, o Flávio (BA), Milton (BA), Bleiner (ES), Eduardo (BA), Estênio (DF), Laurindo (BA) e Juan Arenas (Santiago de Chile).

No dia 05 de março acordamos todos cedo pois iniciaríamos o longo retorno. Na porta do Hotel Recife nos despedimos dos ali presentes e enfiamos o pé na estrada em quatro, pois o Gau e eu teríamos a prazeirosa companhia da Miriam e do Zé Dedinho. Planejamos fazer no retorno caminho idêntico ao da ida, inclusive com pernoite em Curvelo.

Esse primeiro dia de viagem de volta transcorreu sem qualquer problema ou acontecimento digno de nota. Chegamos a Curvelo ao anoitecer e nos hospedamos “naquele” hotel, safadinho mas deu pra encará-lo de novo. E fomos jantar bem defronte dele. Mamamos umas brejas para regarmos o jantar, que por sinal estava bem gostoso. Depois fomos dormir pois o cansaço era grande.

Na madrugada São Pedro abusou do direito de fazer chover e o dia 06 de março amanheceu carrancudo, de mau humor, com o tempo virado prá chuva. Saímos cedo, pois o plano de vôo para esse dia era chegar até a capital de São Paulo. Até o almoço acontecer, choveu muito pouco e praticamente não nos molhamos; o único senão ficou por conta de eu ter errado a entrada para Esperança (MG), para podermos desviar da muvuca do trânsito de Belo Horizonte e de Betim, resultando que tivemos que suportar e cruzar todo aquele tráfego pesado unicamente por minha culpa. O Gau ficou muito puto com isso.

Um pouco mais ao sul é que a coisa ficou bem boa, pois passamos a enfrentar várias tempestades curtas que lavaram nossas almas. O perigo foi grande, mas que adrenalina ! Num pit stop no meio do caminho encontramos com o pessoal do Sampa M.C. que esteve em Guanambi. Ensopados até os pentelhos, porém com os espíritos leves, chegamos a Mairiporã (SP) onde o Gau, a Miriam e o Zé Dedinho resolveram pernoitar, e eu prossegui até Guarulhos (SP) para poder chegar em casa, por ser bem próximo.

No dia seguinte a Miriam e o Zé Dedinho seguiram viagem até Santa Catarina onde chegaram bem e com muito prá contarem, e o Gau permaneceu por mais um dia em São Paulo. Dois dias depois o Gau e eu alçamos vôo para Palhoça (SC). Mas isso já é uma outra história.

Quero agradecer a todos, citados aqui ou não, que de alguma forma estiveram conosco nessa jornada. Beijo em todos.

Marcão (Brazil Rider´s), em 27 de março de 2.006.

 

 

 

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