IX Only Bikers e Niver do Marcão, Althayr e Saulo

28-08-2005 10:56

E como que para refrescar nossa fissura de estrada, depois de um longo período de estio, o sábado, dia 27 de agosto, amanheceu bem carrancudo, chuvoso e frio. E para completar o cinza do início do dia tivemos uma baixa, pois devido a problemas técnicos e de frescuras alheias o Cláudio não pode ir conosco nessa jornada.

Assim, o Althayr, o Saulo, o Tony, a Fatiminha e eu nos encontramos no posto da Rodovia Ayrton Senna, tomamos um café motociclístico e saímos a caminho de Caxambú (MG) pontualmente atrasados. O Martins e a Dani seguiriam mais tarde. Na hora de nossa saída encontramos com o Toninho Xavier que aguardava alguns motociclistas para também seguirem rumo ao Circuito das Águas mineiro.

Fizemos paradas técnico-mijatórias no Vaca Preta em São José dos Campos (SP), em Cachoeira Paulista (SP) e na divisa entre os estados de São Paulo e Minas Gerais onde a Serra da Mantiqueira brinda os viajantes com um visual de rara beleza.

Durante todo o trecho paulista dessa viagem, o tempo oscilou entre chuvoso, fechado e meio fechado. A julgar por informações que tivemos de outros motociclistas, tivemos sorte pois pegamos pouca chuva e nos molhamos pouco. A única nota destoante desse trecho aconteceu no trevo de acesso ‘a Cachoeira Paulista, na Via Dutra, onde minha viagem de aniversário quase termina em queda, pois a Fatiminha e eu deslizamos e quase caímos por duas vezes em duas manchas de óleo, mas felizmente demos sorte e os calcanhares funcionaram muito bem.

Assim que entramos no estado de Minas Gerais já tínhamos por cobertura um céu bem aberto, lindo e o tempo melhorou consideravelmente.

Chegamos a Caxambú a tempo de descarregarmos as motos, nos banharmos e saborearmos o almoço de aniversário no Hotel União. O cardápio constou de tabule, panquequinha gratinada, espaguete ao sugo, lombo de leitão gratinado com feijão tropeiro ‘a mineira, legumes, arroz e feijão. Tudo isso regado a vinho Lambrusco (veramente italiano) tinto e branco, além de compotas diversas, doce de leite, goiabada,, queijo minas, frutas de época, café e chá como sobremesas. Supimpa !

A coisa já estava ficando bem boa, e melhorou ainda mais, pois descobrimos que o Althayr, o Saulo e eu aniversariamos em datas muito próximas, e a partir daí passamos a comemorar 3 aniversários.

Saímos para fazermos a digestão, circularmos pela cidade e visitarmos o evento IX Only Bikers. Passeamos pelas barracas do evento, pelas lojas de artesanato e doces junto ao Parque da Águas de Caxambú e fomos para o recinto de Exposição de Motos, onde nos encontramos com a querida Ana Pimenta (Lets Ride), organizadora do evento em tela, o Pimenta seu marido, e o Marcos Barros (Revista Moto Adventure) e esposa. Grandes pessoas e queridos amigos. Bom rever vocês.

Voltamos ao centro da muvuca e encontramos o Martins e a Dani, que haviam chegado molhadinhos de tudo devida ‘a grande chuva que tomaram pelo caminho. O pior é que eles não podiam se trocar porque suas bagagens estavam no carro de apoio do grupo com quem vieram, e o tal “carro de apoio” desembestou na frente e deixou o grupo para trás, além do que o Martins e a Dani deram uma pequena paradinha para tirar um pouco d´água das roupas e se recomporem, e o resto do grupo foi em frente. Oferecemos nossas roupas a eles, mas preferiram esperar. E logo depois nos encontramos com o Márcio Carioca e a Denize, e tudo se resolveu. Daí voltamos ao Hotel para nos prepararmos para o jantar, onde comemoraríamos de fato nossos aniversários.

Para o jantar oficial de aniversário o time se completou: Althayr, Saulo, Tony, Martins e Dani, eu e Fatiminha nos reunimos no restaurante do Hotel para apreciarmos o rega-bofes que constou de caldo verde, varandadas de bacalhau, peito de frango grelhado ao molho tailandês ao crouton, legumes, arroz e feijão. Tudo regado a vinhos secos e demi-secos servidos pelo Hotel, além dos trazidos especialmente pelo Althayr. Como sobremesas tivemos pastelinhos de Belém, compotas diversas, doces de leite, goiabada, queijos e café. Um luxo !

Eu havia previamente convidado o Márcio Carioca, a Denize, o Barroso, a Sandra, o Pirata e a Sonia para irem no sábado ‘a noite tomarem um vinho conosco para brindarmos juntos. Não sei por que, mas declinaram do convite. Talvez se tenham esquecido. Que peninha ! Tivemos que beber por eles também, além de bebermos pelos que, por algum motivo, não foram a Caxambú. Vocês nos devem os Engovs.

Aqui cabe um adendo de um poema lusitano referente ao vinho, o néctar dos deuses, que estava impresso no cardápio do Hotel:

ROTEIRO DO VINHO PORTUGUÊS

Emílio Menezes

 

O primeiro bebe-se inteiro
O segundo até o fundo
O terceiro como o primeiro
O quarto como o segundo
O quinto bebe-se todo
O sexto do mesmo modo
O sétimo bebe-se cheio
O oitavo duas vezes e meio
O vinho é coisa santa
Que sai duma cepa torta
Faz uns quebrarem a cabeça
E outros errarem a porta
Beber ‘as vezes é uma
Necessidade,
Saber beber, uma ciência
Embriagar-se, uma infâmia

Daí, completamente abastecidos, caímos na noite de Caxambú, e fomos ao centro onde haveriam os shows. Logo de cara encontramos com o Pirata e a Sonia, e logo após com o Nivaldo e a Ana, e com o Márcio Carioca e a Denize. Daí nos dispersamos e a Fatiminha e eu tivemos a agradável surpresa de encontrarmos com o Tupi e o Cleber, ambos do Xingu´s M.C., grandes companheiros de viagem. O Xingu´s M.C. foi o organizador do 1ºEncontro Técnico de Motocicletas. Deram um banho !

Depois nos encontramos com o Wagner e o Luiz, proprietários da Manri Motos, e logo após, na mesma calçada, encontramos com o Gamela, exímio preparador de motores para competição. Daí fomos dormir, pois teríamos um dia seguinte repleto, iniciando com um rito de fé, a convite do Martins e da Dani.

O domingo, dia 28 de agosto, amanheceu de bom humor, com o sol iluminando nossas almas desde cedo. Tomamos um lauto café-da-manhã com leite, café, chá, chocolate, sucos de frutas, frios, pães, bolos, manteiga, ovos mexidos e outros bichos, e como o Tony não quis nos acompanhar por conta da pré-divulgação do evento do Dia da Criança do Orfanato VivaVida, o Althayr, o Saulo, o Martins e a Dani, e a Fatiminha e eu rumamos para a vizinha Baependi (MG), onde primeiramente visitamos sua Igreja Matriz, e depois fomos para a Igreja de Nossa Senhora da Conceição, erigida no local onde outrora havia o templo em memória de Nhá Chica, grande benemérita do século XIX, tida como poderosa operadora de milagres.

Consta que Nhá Chica era uma ex-escrava que tinha muitas posses e que auxiliava sempre todo o povo necessitado da região. Mulher extremamente caridosa, devota do catolicismo e prestativa, se empenhava de corpo e alma para minimizar o sofrimento alheio. A Nhá Chica são atribuídos vários milagres, e sua legião de fiéis só faz aumentar a cada dia. Após sua morte, foi sepultada no local onde costumava rezar, e onde foi construído um pequeno templo ao redor de sua lápide. A igreja católica não a reconhece como santa nem como autora de milagres, mas para aproveitar sua fama e tentar cooptar seus fiéis, edificou há alguns anos a igreja de Nossa Senhora da Conceição exatamente no local do pequeno templo de Nhá Chica, e dentro dessa igreja, a Cúria manteve num lugar de destaque a cripta com seus restos mortais.

Cumprido nosso rito de fé, o Martins e a Dani se despediram de nós, abasteceram a moto e já pegaram a estrada no sentido de casa, e nós retornamos a Caxambú e fomos ‘as compras, onde logo encontramos o Barroso e a Sandra, e reencontramos o Toninho Xavier. Conversamos com a raça, compramos quebra-cabeças, doces, canequinhas, mel e experimentei uma cachaça muito da especial, da própria região. Daí voltamos ao Hotel a fim de nos prepararmos para a viagem de volta.

No meio do dia e da cidade, com o sol a pino, pegamos a estrada que nos levaria a Itanhandú (MG), onde almoçamos a típica comida mineira, reabastecemos as motos e rumamos no sentido de São Paulo. Para sairmos na Via Dutra, onde fizemos um pit stop, cortamos um bom trecho indo via Canas (SP). Daí, em Taubaté (SP) pegamos a Rodovia Carvalho Pinto onde fizemos outro pit stop em São José dos Campos, e depois chegamos em nossos lares via Rodovia Ayrton Senna.

E o Tony ainda passou, de caminho, na casa da Fabi, esposa do Ivo, para cumprimentá-la pela passagem de seu niver. Ela també. PARABÉNS, FABI !!!

E chegamos todos muito bem, e com as almas lavadas e enxaguadas na beleza, na fé, na culinária e nas águas das Geraes ! Foi mesmo uma jornada deliciosa, onde ladeado por amigos de fé e por minha querida Fatiminha, pude comemorar meu aniversário de forma bem melhor que a planejada. E de quebra com os aniversários do Althayr, do Saulo e da Fabi ! E foi uma jornada tão longa que a iniciei com 53 anos e a terminei com 54 !

Agradecemos o tratamento especial que o Hotel União nos proporcionou, como sempre, e a todos que me acompanharam nessa o meu sincero muito obrigado. Valeu ! Que Deus os ilumine e nos proteja a todos. Logo tem mais.

Marcão, em 30 de agosto de 2.005.

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