Chegando à Santiago do Chile

25-10-2004 17:17

Ficamos por mais um dia em Uspallata, uma cidadezinha encravada nos Andes, uma gracinha, com um povo muito receptivo e solícito.

O Tony alugou uma bike para fazer reconhecimento dos arredores, mas teve que fazer duas voltas em toda a cidade, pois alugou a bichinha por uma hora, e a cidade toda de bike nao dá meia hora de pedaladas.

Fincamos como que uma base em Uspallata, para nossa transposicao dos Andes, assim a gente pode acostumar os pulmoes com o ar rarefeito a 2400 metros de altitude, e prepara a mente e descansa o corpo.

Ontem a tarde chegaram ao hotel em que estávamos em Uspallata, 3 motociclistas europeus, um italiano (Maurizio), e dois belgas (Cristian ) e (André). Conversamos muito com eles e trocamos informacoes e impressoes acerca dos países latino-americanos. Foi muito bom, pois sao caras muito legais e comunicativos. Eles iniciaram a viagem em Santiago do Chile e estao indo para Curitiba. Boa viagem a eles.

Saimos de Uspallata hoje cedo, logo após fazermos as checagens necessárias nas motos, tomarmos um bom café, enviarmos uns postais e nos despedirmos da rapaziada.

Logo no início da escalada dos Andes o vento lateral me jogou fora da pista, e foi difícil controlar a porra da moto, mas seguimos em frente com muito custo e muito esforco, pois a coisa tava braba.

Fizemos uma parada obrigatória em Puente Del Inca, um monumento natural com ruínas incas, um lugar desolado e lindíssimo. Lá encontramos dois grupos de brasileiros. Um grupo estava fazendo testes em um Stilo para a Fiat, e o outro era de aventureiros em um Land Rover muito louco. Eta pessoal porreta !

Logo após paramos na entrada do Parque Aconcágua, en Los Orcones, para vermos um pedacinho da face sul de um dos montes mais festejados do mundo.

Seguimos Andes acima, e a esta altura já estávamos com um puta frio, pois as laterais da pista bem como os montes estavam com neve. E olha que estávamos cada um com duas meias de futebol e botas, mijao e calcas forradas, camisa de nylon, camiseta, duas malhas, jaqueta de cordura acolchoada, gorro, luvas cirúrgicas, luvas de la e luvas de couro, e capacete !!!!!!!!! E o frio gelava a alma !

Depois passamos por Los Penitentes e Las Cuevas, duas estacoes de esqui, ainda na Argentina. Fascinante ! E ainda do lado argentino passamos por um túnel de uns 300 m. É punk.

Depois passamos pela fronteira entre a Argentina e o Chile, e os controles alfandegários e aduaneiros foram feitos minuciosamente, de maneira correta e rápida. Fomos tratados muito bem alí. Nessa altura já estávamos a 3500 metros de altitude !

Assim que entramos no Chile, passamos por um túnel muuuuiiiitttoooo grande, que mais parecia um freezer de tamanho interminável e muuuiiitttoooo frio. Além de tudo, tinha um bom pedaco sem iluminacao ... foi com entrar num trem fantasma de final desconhecido. Muita adrenalina.

Daí descemos Los Caracoles, depois outro trecho ser excesso de curvas, e veio o trecho mais brabo ..... um pedaco de 6 km seguido de outro com 3 km de puro rippio. Aí foi foda ! Mas tudo saiu da melhor forma e a camara improvisada do meu pneu traseiro se comportou muito bem e está resistindo bravamente.

Depois disso a coisa melhorou, pois entramos em uma magnífica autopista que leva até Santiago, capital federal do Chile. É uma ruta sem detalhes, perfeita seria se tivesse mais placas indicativas de distancias. Mas isso nao é demérito.

Aqui mudamos um pouco os planos de voo. Resolvemos ficar em Santiago por duas noites e ir a Vina del Mar apenas para conhecer. Nao nos hospedaremos mais lá.

Entramos em Santiago e fomos procurar o Hotel Tupahue, onde há alguns anos atrás fiquei hospedado com a Fatiminha, e era muito legal. Quando eu encontrei o Hotel, o Tony se perdeu de mim... confessio que aí me preocupei um pouco, mas depois de quase uma hora o gajo achou também o hote. Porém estava lotado, e daí fomos para o Hotel City, antigo, charmoso, aristocrático, um luxo.

Demos um tapa no esqueleto e fomos jantar uma lasagna vegetariana. Enquanto procurávamos um lan house ou cyber café, notamos que a noite o centro de Santiago fica repleto de artistas de todas as categorias. É uma festa ! E nao há pedintes, marreteiros, pilantras, etc.
Isso aqui é de outro nível. É uma linda capital, banhada pelo Rio Mapocho, cheia de aristocracia, de tradicao, de cultura. É a capital mais européia da América do Sul. Ainda nos estamos situando em Santiago e no Chile.

Depois contamos mais.

Abraco forte a todos e beijos.

MARCÓN y TONY
em 25-10-2004, Santiago de Chile

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