XI Only Bikers 2004 Caxambu - MG

31-08-2004 00:00

Aos Companheiros de serra acima e de rio abaixo:

... e para que a gente comemorasse do jeito que a gente gosta os 53 anos deste escriba, juntamos alguns dos nossos amigos de fé, e fomos para a Estância de Caxambu (MG), num evento motociclístico magistralmente organizado pela nossa companheira querida Ana Pimenta, cujo site é o www.letsride.com.br .

A Estância de Caxambu situa-se no Circuito das Águas no sul do estado de Minas Gerais. O nome Caxambu tem origem africana e significa tambor grande e/ou morro em forma de tambor. Conta-se que outrora os negros vindos de Baependi (MG) costumavam se reunir nas fontes de águas minerais e alí celebravam batuques memoráveis ao som de seus caxambus. Do hábito do convite “vamos ao caxambu”, ficou o termo.

Antes de se chamar Caxambu, chamava-se Água Santa. Posteriormente teve o nome de Águas Virtuosas de Baêpendy, até que se tornou a Vila de Nossa Senhora dos Remédios de Caxambu. O morro de Caxambu ficou conhecido muito antes de suas águas medicinais. Ele é que lhe deu o nome de Caxambu.

Após o momento histórico, voltemos ao relato. Como queríamos almoçar já bem instalados no Hotel União, marcamos nossa saída para as 8:00 hs do dia 28 de agosto, no primeiro posto da Rodovia Ayrton Senna, e desta vez a caravana do parabéns-a-você foi formada por Althayr, Júlia e os filhos Fernando e Paulinho; Saulo, Regina e os filhos Matheus e Pedro; a mamãe da Júlia e da Regina, Dona Ornevinda; e Tony – todos da Gang Fantasma; Barroso & Sandra; Eduardo & Paula; e Marco Antonio – todos dos Filhos da Liberdade; e Mário Shadow & Taís que são do Coyote e se fizeram acompanhar de vários integrantes do seu grupo, além de mim (Marcão) & Fatiminha (Dolce Pazzia).

O sábado amanheceu frio e com o tempo meio carrancudo, e saímos com o horário raso dentro da tolerância motociclística. Temento chuva forte para o final de semana, o Marco Antonio procurou exaustivamente POLENTINA para não molhar as botas, mas como não as encontrou, resolveu sabiamente comprar POLAINAS mesmo, para quebrar um galho ! (não foi, Marco ?). Ainda antes do 1º pit stop que foi feito no Vaca Preta em São José dos Campos (SP), o tempo já começou a sorrir e alegrou a raça toda. Aqui cabe um importante adendo: os Coyotes cabularam o 1º pit stop e seguiram direto, e só nos encontramos novamente já em Chachoeira Paulista (SP), onde tomaríamos o sentido do sul de Minas, e local do 2º pit stop. É que um dos Coyotes estava com uma Mirage novinha, amaciando, e a velocidade de cruzeiro do grupo tinha de ser entre 80 e 90 km/h. Disseram que mais parecia uma moto com motor de enceradeira, mas isso certamente é maldade dos invejosos.

Daí os dois grupos se juntaram novamente e seguimos serra acima capitaneados agora pelo impagável Alessandro (Coyote). Fizemos um pit stop geográfico na divisa entre São Paulo e Minas Gerais, com direito a um visual deslumbrante com docinhos. Prosseguimos subindo a serra até o destino final, na porta do Hotel União, onde os dois grupos ficaram hospedados, excetuando-se o Tony e o Marco Antonio, que se hospedaram no Hotel Bragança.

Devido ao motor de enceradeira (ops, foi mal), ... devida à velocidade reduzida em função da serra íngreme, nos atrasamos um pouco para o almoço, mas conseguimos contornar o problema e nos serviram um lauto almoço. Um outro fator contribuiu para para que perdêssemos o horário do almoço: é que nos disseram que a distância total seria de 300 km, e projetamos a viagem em cima dessa informação. Só que em Minas, 300 km são 300 km LONGOS, e aí o amigo João Vargas do Cruzando Sul M.C. saberá bem do que falo.

Para fazermos a digestão, parte do pessoal foi para o Parque das Águas, e parte foi passear pelo local do evento e pelo centro da cidade. Paula, Sandra e Fatiminha se deliciavam na feirinha de artesanato quando começou a chover gostoso. Como a Fatiminha tem um pacto com São Pedro, Tupã e demais deuses da chuva, foi só a gente comprar um guarda-chuva que a água parou de cair. Daí fomos visitar a exposição e concurso de motos customizadas, onde aproveitamos para votarmos nas motos preferidas. Vimos a passagem do som no palco para os shows que aconteceriam à noite, e retornamos ao hotel.

O jantar esteve perfeito, com direito a caldo verde, bacalhau, filés, arroz e outros bichos. E tudo isso regado a um correto vinho da casa. Aproveitamos o vinho e fizemos um brinde aos ausentes e outro especialmente aos companheiros Márcio Carioca & Denize, também ausentes por motivo de força maior, atendendo a pedido dos mesmos. Por esse motivo mais do que justo fomos obrigados a tomar mais algumas taças de vinho per capita. Daí fomos passear alegres, faceiros, de pés redondos e falando em letra-de-forma.

Para fazermos nova digestão, voltamos à muvuca no centro da cidade, encontramos com o Marco Antonio e o Tony e assistimos a um pedaço do show da competente Banda Osso. Daí voltamos ao recinto da exposição de motos, onde encontramos a Ana Pimenta e o Pimenta. Foi uma grande alegria, uma festa ! O Pimenta e a Ana são mesmo pessoas deveras especiais. Depois deixamos o Tony, o Marco Antonio, o Barroso e a Sandra no show e fomos passear mais um pouco, e o Saulo e o Althayr se enroscaram em uma loja pecuária por conta de um tal cabresto. Solucionado o problema eqüino do Saulo, nos encaminhamos para os braços de Morfeu. Merecidamente, diga-se de passagem.

O domingo amanheceu de bem com a vida, feliz, e após o café-da-manhã a raça se subdividiu em pequenos grupos. As famílias do Althayr e do Saulo foram passear de charrete, fazendo um cavalotour; os Coyotes sumiram; e o restante foi tentar achar malhas de lã e de linha a bom preço (doce ilusão), depois visitar a Igreja Matriz de Nossa Senhora dos Remédios, padroeira de Caxambu, cuja festa é dia 16 de setembro, e finalmente ao Parque das Águas, onde tomamos tantas águas medicinais que os estômagos viraram uma pororoca. Foi uma mijação memorável ! Daí o Tony e o Marco Antonio subiram o morro de teleférico e nós retornamos ao hotel com uma passagem nas lojas para comprarmos queijos, doces, mel e artesanatos.

Perto das 12:00 hs, quando já estávamos nos preparando para o retorno, nos despedimos dos Pregos do Asfalto (RJ), e dos companheiros Coyotes, principalmente dos queridos Mário Shadow & Taís, e do Alessandro, que já estavam de partida e haviam resolvido retornar direto a tempo de uma picanha no Rabo de Peixe. Bom apetite, camaradas !

Iniciamos o retorno com o objetivo de almoçarmos em Pouso Alto (MG), a 40 km de Caxambu. Lá chegando, não encontramos o restaurante que nos foi indicado, e nos disseram que ele talvez ficasse em Capivari (MG). Então nos dirigimos para lá mas também não encontramos nada de interessante. Então seguimos para o trevo de Itanhandú (MG), onde paramos no posto e restaurante Terras Altas e ali almoçamos nababescamente uma comida típica mineira, e também tivemos a felicidade e o prazer de reencontrarmos o Marcos Barros & esposa (Revista Moto Adventure), juntamente com o Pimenta. Bons amigos !

Nesse pit stop do almoço de retorno, pedi ao Marco Antonio para fotografá-lo na moto usando as pedaleiras avançadas, para poder provar definitivamente que existe sim moto com excesso lateral (não é mesmo, Althayr e Tony ?).

Creio ser interessante ficar registrado aqui que as serras entre Caxambu e Capivari, e depois entre Itanhandú e Canas são lindas e com curvas deliciosas. Porém, o trecho de serra entre Capivari e Itanhandú é pra lá de punk e muito mal conservado. Requer atenção.

Daí prosseguimos serra abaixo até entrarmos pela variante de Canas (SP), onde fizemos um breve pit stop e economizamos cerca de 38 km de estrada. É importante registrar que essa variante, à esquerda do fluxo, não tem sinalização indicativa, apenas há a indicação da Rodovia SP-062. Então seguimos pela Via Dutra até Aparecida (SP) onde fizemos um solente pit stop ecumênico para darmos um “oi pra Cidinha”! Queiram nos desculpar a intimidade excessiva com a Santa, mas somos de casa ! Reverenciamos e agradecemos à Padroeira do Brasil, nos refrigeramos, demos as mijadinhas de praxe, compramos medalhinhas (mais) de Nossa Senhora das Graças – a protetora dos motociclistas, para levarmos aos nossos amigos, reabastecemos as motos e seguimos viagem com as almas mais purificadas, com o objetivo de pararmos somente em Itaquaquecetuba (SP), porém, o Marco Antonio, o Barroso e o Saulo pararam o comboio no meio do caminho por conta de uma mijadazinha extemporânea no matinho do acostamento. Há registro fotográfico disso. Daí prosseguimos no plano inicial e paramos em Itaquaquecetuba, onde o Marco Antonio descobriu que havia degustado um baita besouro de raça que entrou em sua boca em pleno vôo por sob a viseira, e ele só percebeu quando tirou, já no banheiro, uma das patinhas do finado, que se esgastalhou entre seus dentes. E o IBAMA não vê isso !

É importante frisar-se aqui que a bateria da moto do Barroso (que o Marco Antonio cismou que é o Barreto) abriu o bico em Aparecida, e de lá até Barueri (SP), Barroso & Sandra fizeram vôo cego. Isso é que é ter cabelo no peito !

Após um lanche rápido e as costumeiras despedidas e recomendações em Itaquá, seguimos para o final da viagem nos dispersando aos poucos, e cada um chegou em sua casa com um largo sorriso de prazer nos lábios e na alma. Foi realmente uma grande jornada e um aniversário que me será inesquecível por vários motivos.

Agradeço a todos os queridos companheiros que conosco estiveram nessa oportunidade pessoalmente ou em pensamento, à companhia dos amigos Coyotes, à Ana Pimenta e ao Pimenta, aos novos velhos amigos dos quais ainda não guardei os nomes, à Nossa Senhora das Graças e principalmente a Deus por mais essa concessão. E que o Altíssimo nos proteja e ilumine a todos, principalmente os que torcem contra.

Esperamos que na próxima não haja degustação de besouros, mutucas, marimbondos e correlatos, e que o Barroso desligue de uma vez a porra do alarme ! Valeu, pessoal !

Marcão, em 31 de agosto de 2.004.

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